O perfil do consumidor brasileiro mudou muito nos últimos anos. E isso não foi diferente no varejo de alimentos. Segundo o Sebrae-SP, grande parte das famílias deixou de fazer as tradicionais “compras de mês” nos hipermercados para atender às necessidades do dia a dia com aquisições menores, em mercados de bairro. Esse fenômeno que tem gerado empregos e afetado diretamente setores como a indústria e o agronegócio. De olho nesta tendência, a Feira do Empreendedor deste ano, que acontece entre os dias 18 e 21 de fevereiro, no Pavilhão do Anhembi, em São Paulo, estruturou pela primeira vez um minimercado-modelo, espaço exclusivo para quem está pensando em investir no setor.
“O mercado de bairro está ganhando mais espaço porque oferece atrativos que grandes redes não conseguem proporcionar por conta da escala. Atendimento personalizado, relacionamento com a comunidade e produtos de diferenciados estão em alta com os consumidores”, afirma Carvalho.
O consultor listou quais são os passos a serem dados para quem está pensando em abrir um minimercado. Confira.
Localização
Segundo o consultor, a escolha da localização é a decisão mais importante para o dono de um minimercado. A partir dessa definição, o empreendedor vai estabelecer toda a sua estratégia, estruturando o modelo de negócio e o mix de produtos baseado no público-alvo da região. “Se o seu negócio estiver em um bairro com maior poder aquisitivo, você deve buscar atender esse público. O mesmo serve se estiver em uma região com menor poder de compra”, diz Carvalho.
Atendimento personalizado
Não é fácil se destacar em relação às grandes redes. Para o consultor do Sebrae-SP, dificilmente um minimercado consegue atrair os clientes por conta do valor dos seus produtos. O setor cresce pela personalização do atendimento, pelo portfólio e pela conveniência. Por isso, Carvalho aponta que o empreendedor deve incentivar seus funcionários a tratar os consumidores de maneira personalizada. “Normalmente, o comprador vai ao estabelecimento com mais frequência. É aí que o atendimento deve se diferenciar, buscando tratá-lo de forma intimista, auxiliando-o durante as compras.”
Relacionamento com a comunidade
Como já apontou o consultor, a escolha da localização define toda a estratégia do negócio. Dentro disso, é importante manter uma relação boa e próxima com a comunidade da região onde o seu minimercado está localizado. Ações que aproximem o empreendedor dos seus possíveis clientes são altamente recomendadas, porque passam uma imagem positiva da empresa. O especialista sugere que, por exemplo, o empreendedor convide uma escola da região para conhecer o seu negócio e mostrar como funcionam os processos dentro da empresa.
Planejamento visual
O planejamento visual de um minimercado deve ser muito bem feito. “É fundamental para quem trabalha neste setor”, diz Carvalho. Para o consultor, é de extrema importância que haja comunicação entre a escolha da fachada, do logotipo e das cores, por exemplo. Também entra no planejamento visual a disposição da loja, que deve seguir uma linha de acordo com as suas características. “Se você vende somente comidas típicas de uma região, o visual deve estar relacionado ao local de origem dos seus produtos”, afirma.
Limpeza e conservação
Essencial para qualquer estabelecimento relacionado à alimentação, o cuidado com a limpeza deve ser muito prezados pelo empreendedor. Mas, segundo o consultor, não basta ter uma equipe de limpeza eficiente, ela também deve tomar cuidado para não atrapalhar o fluxo dentro da loja. “O percurso realizado pelo cliente dentro do mercado não pode ter empecilhos”, diz Carvalho.
Capacitação de funcionários
Uma das principais características dos minimercados é que normalmente são estabelecimentos com poucos funcionários. É exatamente por isso que o empreendedor deve primar pela capacitação da equipe. “É fundamental investir nesses funcionários para que você tenha um time empenhado em fazer o negócio dar certo”, afirma Carvalho.
Atenção às novas tecnologias
Estar atento às inovações tecnológicas pode fazer toda a diferença para o empreendedor. Segundo Carvalho, há tecnologias disponíveis no mercado que já facilitam a vida do empresário, capazes de melhorar a transição de dados do fluxo de caixa, estoque e inventário, além das etiquetas eletrônicas, que agilizam processos e aumentam a produtividade dos funcionários. Outro fator a que o empresário deve ficar atento é em relação às redes sociais. “Há uma geração nova muito ligada às mídias sociais. Estar presente nelas pode ser uma forma de atingir esse público”, afirma o consultor.